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Mecanismos de ação [3],[4]

 

A creatina é um composto fisiológico importante como parte do sistema energético ATP/fosfocreatina. Este sistema apresenta um importante papel no fornecimento rápido de energia aos tecidos cuja demanda energética é alta como é o caso do músculo esquelético e o cérebro.

 

No interior das células a creatina (Cr) existe sob a forma livre e sob a forma fosforilada, a fosfocreatina (PCr), sendo esta última a responsável pela sua atividade. A Cr pode originar creatinina espontaneamente por perda de uma molécula de água.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6. Creatina, fosfocreatina e creatinina.

(Adaptado de: http://www.scribd.com/doc/22632492/2-Determinacion-Cuantitativa-de-Creatinina-en-Suero - consultado a 28.05.2014)

 

A PCr transfere o grupo N-fosforilo para o ADP, através de um mecanismo reversível catalisado pela creatina cinase (CK) de modo a refosforilar as moléculas a ATP (Figura 2). O ATP é a molécula responsável pelo fornecimento de energia à célula aquando da realização da sua atividade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 7. Sistema energético ATP/fosfocreatina.

(Fonte: www.lookfordiagnosis.com - consultado a 28.05.2014)

 

Resumidamente a creatina apresenta essencialmente 3 mecanismos de ação:

 

1. Regulação do metabolismo energético

 

1.1. Aumento da performance física: as concentrações de adenosina trifosfato (ATP) mantêm os processos fisiológicos e protegem os tecidos de dano induzido pela hipoxia. A creatina está envolvida na produção de ATP através do sistema energético da fosfocreatina. Este pode funcionar como um acumulador de energia temporal e espacial, bem como um tampão de pH. No caso da espacial, a creatina e a fosfocreatina estão envolvidas no transporte do ATP a partir do interior da mitocôndria para o citosol.

Na reacção reversível catalisada pela creatina cinase, a creatina e o ATP formam fosfocreatina e adenosina difosfato (ADP).  A formação de fosfocreatina faz com que a creatina se mantenha no músculo uma vez que a carga impede a sua passagem através das membranas biológicas. Quando o pH é baixo (produção de ácido láctico durante o exercício) a reacção irá favorecer a geração de ATP. Em constraste, durante períodos de descanso, em que o ATP é gerado pela via aeróbia, a reacção irá ocorrer no sentido contrario, aumentando os níveis de fosfocreatina.

 

1.2. Como regulador da glicólise: Quando os níveis tecidulares de creatina estão baixos, o organismo adapta-se através do aumento de enzimas oxidativas tais como a creatina cinase mitocondrial, sucinato desidrogenase, citrato sintetase e transportadores GLUT-4 da glucose.

 

2. Aumento da síntese proteica: o aumento da massa muscular pode resultar do aumento da síntese proteica ou de um reduzido catabolismo proteico.

 

3. Estabilização da membrana: a fosfocreatina pode estabilizar as membranas devido à sua natureza zwitteriónica com o fosfato carregado negativamente e os grupos guanidino carregados positivamente. A fosfocreatina liga-se às cabeças fosfolipídicas e diminui a fluidez da membrana pelo que, consequentemente, diminui a perda de conteúdo citoplasmático.

 

© 2014 por Ana Sofia Brandão, Marlene Oliveira e Rute Gonçalves

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